Muito bem composta estava ontem a “velhinha” sala de cinema do renovado Avenida Solmar Center, em Ponta Delgada. Foi a prova de que existe realmente um público leal e interessado nos bons filmes de qualidade. Desde que o Cine Solmar fechou há uns tempos atrás sobrevive-se ao sabor do monopólio cinematográfico de quatro salas do Castello Lopes, que aposta claramente em títulos rentáveis que se dirigem essencialmente às camadas mais jovens. Não estou com isto a colocar em causa essa política comercial, pois o encerramento do Cine Solmar foi um sinal bem claro da dificuldade que é sustentar uma aposta em filmes menos publicitados ou conhecidos.
De facto, nos dias que correm, não há dúvida que se assiste a uma crise nas salas de cinema. As pessoas, de uma forma geral, estão cada vez menos a ir ao cinema, preferindo assistir aos filmes em DVD, na privacidade e no conforto das suas casas. Por um lado, esta situação pode ser um estímulo no que respeita à indústria de Hollywood, mais especificamente, à do blockbuster: exige-se cada vez mais conteúdos de qualidade que à partida os espectadores saibam que só terão o efeito esperado numa tela realmente grande. Todavia, quem sai tramado desta realidade é o cinema mais intimista, ou seja, o chamado cinema de autor.
De facto, nos dias que correm, não há dúvida que se assiste a uma crise nas salas de cinema. As pessoas, de uma forma geral, estão cada vez menos a ir ao cinema, preferindo assistir aos filmes em DVD, na privacidade e no conforto das suas casas. Por um lado, esta situação pode ser um estímulo no que respeita à indústria de Hollywood, mais especificamente, à do blockbuster: exige-se cada vez mais conteúdos de qualidade que à partida os espectadores saibam que só terão o efeito esperado numa tela realmente grande. Todavia, quem sai tramado desta realidade é o cinema mais intimista, ou seja, o chamado cinema de autor.
Por aquilo que tenho observado, lido ou discutido, noto que Portugal está a cair numa armadilha, principalmente em meios pequenos como aquele em que vivo (S. Miguel – Açores). Definem-se nas mentes dos espectadores os filmes que “valem a pena ver numa sala de cinema” e aqueles filmes que “se podem ver em casa”. No primeiro caso podemos incluir os The Dark Knight, Harry Potter, Pirates Of The Caribbean e afins; no segundo, o restante… Infelizmente, criou-se a ideia de que os filmes mais pequenos, alternativos e independentes não ganham nada numa sala escura, o que na minha opinião parece ser ideia de quem, afinal, não gosta ou não percebe mesmo nada da sétima arte…
Por isso mesmo, deixo aqui uma palavra de felicitação pela corajosa iniciativa de trazer um Ciclo de Cinema de qualidade a Ponta Delgada. Da minha parte, podem contar com todo o apoio. Estarei presente nos próximos eventos da mesma natureza!
7 comentários:
Filipe, eu acompanhanho semanalmente os resultados dos filmes através do site internacional Box Office Mojo e acredito que não é absoluto o desinteresse do público por filmes que não sejam blockbusters da linha de "O Cavaleiro das Trevas", "Homem de Ferro", "Piratas do Caribe", etc. Bem, pelo menos com base em dados das bilheterias brasileiras. Acho que o grande problema mesmo é como as distrubuidoras acabam por vender os seus filmes, colocando traduções equivocadas em seus títulos, assim como a falta de espaço em shoppings que agregam em seu cinema um maior número de salas.
Tenho hoje uma impressão de "dever cumprido"... Depois de vistos os três filmes, sempre em sessões em que a sala estava, felizmente, bem composta, só me falta desejar que os ciclos continuem!!!
Parabéns aos responsáveis pela iniciativa, da qual, na verdade, todos beneficiamos directamente!
Olá Filipe!
O cinema também está em crise e prova disso é o vazio que se vê nas salas de cinema. Claro que os blockbusters são os preferidos mas mesmo esses, em zonas pequenas têm problemas de chamar o publico.
Seria bom se os pais voltassem a criar o hábito de levar as crianças ao cinema :)
Beijos
Reitero o que diz a Renata: que os ciclos continuem. Até ao próximo!
A problemática da pouca afluência às salas de cinema é bastante complexo... É muito complicado fazer um diagnóstico rigoroso acerca das causas desta desertificação. No entanto, é sempre bom promover a troca de ideias e confrontar diferentes pontos de vista sobre o problema. No futuro, espero continuar a estimular a reflexão sobre a crise do cinema, através de algumas publicações sobre o tema. Um abraço a todos pela participação!
A crise do cinema deve-se também á crise económica e a facilidade em se piratear os filmes. É tremendamente fácil fazer o download de qualquer filme confortavelmente a partir de casa...
Concordo plenamente com o Ricardo. É muito fácil sacar filmes, e quem o faz é óbvio que prefere isso a ir pagar o bilhete ao cinema. Como combater, não sei... não estou a ver jeito. E é claro que a crise económica das bancas também ajuda, mas quem tem dinheiro pra comprar grandes carros e coisas afins, também tem dinheiro pra ir ao cinema. Enfim, não é fácil lidar com estes problemas...
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