Apesar de não ter estado presente na sessão “Ler Cinema – À Volta de Livros e Filmes”, promovida pela Livraria Solmar, o tema da mesma recordou-me a adaptação ao grande ecrã de uma obra vencedora do prémio Pulitzer e publicada em 1920 por Edith Wharton. Tive a oportunidade de ler este romance antes da estreia do filme de Martin Scorsese, The Age of Innocence, em 1993.
O cenário de fundo é o da sociedade nova-iorquina do século XIX, para onde regressa a Condessa Olenska (Michelle Pfeiffer), separada do marido europeu. A personalidade desta mulher vai perturbar Newland Archer (Daniel Day Lewis), noivo da doce e sensível May Welland (Winona Ryder). A narrativa traça-nos uma comunidade hipócrita, cujas convenções atingem pessoas inocentes. As descrições são pormenorizadas, os diálogos profundos e as emoções projectadas com intensidade. Atrevo-me a afirmar que é um romance cruel e violento.
Scorsese não desiludiu, passou a prova de um filme de época e presenteou-nos com uma espantosa adaptação do romance. Nada foi descurado: a reconstituição histórica, os objectos, os cenários, o guarda – roupa e, principalmente, as nuances dramáticas de cada personagem. O resultado é uma autenticidade quase irreal e doentia.
A propósito, a revista Premiere considerou que este filme possui uma das mais sensuais cenas de cinema que não envolvem sexo, protagonizada por Michelle Pfeiffer e Daniel Day Lewis.
A propósito, a revista Premiere considerou que este filme possui uma das mais sensuais cenas de cinema que não envolvem sexo, protagonizada por Michelle Pfeiffer e Daniel Day Lewis.
Escrito por Raquel Roque
Fevereiro 2009
7 comentários:
Concordo. Recordo um diálogo à volta do divórcio cuja conclusão é que o divórcio não era um opção para aquele grupo de pessoas, leia-se classe social. Notável! Um excelente filme.
AB
Aqui está um filme que tenho tido vontade de rever :)
um grande filme. Também tenho que o rever!
É um filme realmente marcante, boa escolha, Raquel! Não li o livro, confesso que me perco mais por Jane Austen, cuja escrita me comove e diverte imenso. A ver se leio!
Fico á espera que a minha amiga me convide a ver este filme no seu sótão. ahahha
Bjs
Bem lembrado, Raquel!!!
Gosto bastante do filme. Ainda não li o livro, mas está na minha lista para os próximos tempos. Sou uma fã da Edith Wharton.
Renata,
aconselho mesmo a leitura. Se te agradar o estilo, sugiro o livro A Casa da Felicidade, da mesma autora.
Ana Paula,
quando rever o filme não me esquecerei de ti! Bjs
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